Sobre

 

Apresentação

Na mesma época em que a geografia era estabelecida como disciplina acadêmica nas universidades ocidentais no final do século XIX e no século XX, institucionalização que se origina na Europa e de lá se irradia, um termo cunhado pelo estadista francês Turgot no século XVIII, e estabelecido pelo geógrafo alemão Friedrich Ratzel (1897) – a Geografia Política – desponta como uma nova perspectiva político-geográfica.

Ainda na última metade do século XIX, os substantivos “geografia”, amiúde concebido em termos físicos, e “política”, geralmente restrito a questões sobre o Estado, separados eram incorporados pelas mais diversas discussões públicas e científicas. A partir de Ratzel, que colocou a sociedade no centro do debate da incipiente ciência geográfica, o sintagma “geografia política” é então posicionado no centro da produção de conhecimento geográfico, este essencialmente a serviço de projetos imperialistas e programas de construção de nações, o que também envolvia explicar o sucesso e ações dos Estados (e de suas elites) baseando-se em suas localizações e recursos naturais. Houve aí uma guinada definitiva, tendo início um longo percurso de debates teóricos e políticos eminentemente geográficos, costurados a duras penas ao longo do Séc. XX.

Muita água correu por debaixo da ponte desde então. A partir desse fluxo intrincado, complexo, que envolve toda uma densidade de debates, ações, polêmicas e política, tudo se entretecendo a uma profusão de nomes, personalidades, ideias, descobertas, podemos falar de uma História da Geografia Política. O que não seria o bastante sem apontar o surgimento da Geopolítica. Essa, advinda do trabalho de politólogos e estadistas, mas também de geógrafos, deu-se ao lado e paralelamente à História da Geografia Política enquanto ramo da ciência geográfica, sendo que se confundem uma com a outra, se contrapondo em alguns momentos, se complementando em outros, mas sempre debatendo os interstícios entre geografia e política.

Falar de geografia política e de geopolítica hoje e historicamente é incorporar ao debate sobre a sociedade algumas de suas dimensões essenciais. É discutir o Estado a partir de suas determinações geográficas, é debater os rumos e as definições de Nação, é polemizar as Fronteiras, os Limites, a Soberania, o Poder Mundial e os processos hegemônicos. É também trazer ao pleito o Planejamento, os Recursos Naturais, as organizações políticas, processos de integração regional, a circulation, o território. O temário não se esgota e muitas são as possibilidades investigativas. 

O GEOPO, criado por Antônio Robert Moraes, André Martin, Wagner Ribeiro, Wanderley Costa e William Vesentini em 2003, se consolidou como esse espaço, intramuros uspianos, voltado à investigação, promoção de debates e eventos que envolvem os assuntos atinentes à geografia política e à geopolítica.

Dispomos nosso Laboratório, enquanto instância formal de atividades acadêmicas, como uma ilha de produção de conhecimento a todas e todos os pesquisadores, pós-graduandos e demais interessados nesse complexo de discussões.

 

Linhas de pesquisa:

  • Teoria e Método em Geopolítica - Manoel Fernandes de Sousa Neto
  • Geopolítica do Poder Mundial - André Martin e Wanderley Messias da Costa
  • Geografia Política, Planejamento e Recursos Naturais  - Wagner da Costa Ribeiro
  • Cartografia Histórica e Formação Territorial do Brasil - Manuel Fernandes de Sousa Neto
  • Integração Sul-Americana - Wanderley Messias da Costa e Hervé Théry
  • Amazônia: Fronteiras e Gestão Territorial e Ambiental - Hervé Théry e Nelly Aparecida de Mello-Théry
  • Federalismo e Geografia Eleitoral do Brasil - André Martin e Wanderley Messias da Costa

 

Coordenadores: 

André Roberto Martin

Wagner Costa Ribeiro

 

Funcionário:

João Carlos 

Organograma:

GeoPo

 

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