Desde a década de 1990 desenvolvem-se estudos no Departamento de Geografia que envolvem a temática entre a Geografia Política e o Meio Ambiente em uma perspectiva que procura demonstrar a relação entre território, sociedade e natureza. Essa linha de trabalho foi inaugurada com a tese de doutorado “A ordem ambiental internacional”, de 1999, do professor Wagner Costa Ribeiro, coordenador do grupo de pesquisa. A tese foi posteriormente publicada em livro, tornando-se referência na área. Esse tema passou a atrair vários alunos, de graduação à pós-graduação, nacionais e internacionais, que discutiram temas como a Convenção da Basiléia sobre resíduos, a implementação da Convenção da Biodiversidade no Brasil e na Bolívia, as implicações das mudanças climáticas no Brasil e no mundo, os territórios do risco, a constituição de redes socioambientais internacionais, as relações entre água e poder, entre outros.
Essa gama de temas consolidou o grupo de pesquisa “Geografia Política e Meio Ambiente”, registrado no CNPq
desde o começo da década de 2000. Atualmente, o grupo de pesquisa “Geografia Política e Meio Ambiente” atua em quatro linhas de pesquisa, sendo elas:
- Cidade e ambiente;
- Gestão dos recursos hídricos;
- Ordem ambiental internacional;
- Políticas públicas ambientais;
O grupo de pesquisa, visando a internacionalização e divulgação do conhecimento produzido, integrou-se em outras redes de pesquisa, tais como GEOCRÍTICA, WATERLAT/GOBACIT e a REDE DE PESQUISADORES EM GEOGRAFIA (SOCIO)AMBIENTAL, INTERNATIONAL STUDIES ASSOCIATION (ISA), LATIN AMERICAN STUDIES ASSOCIATION (LASA), ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS (ABRI), e WATER YOUTH NETWORK.
Com o intuito de contribuir para a implementação da Agenda 2030 e dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável no âmbito universitário e acadêmico, pesquisadores do grupo de pesquisa ‘Geografia Política e Meio Ambiente’ desenvolveram entre 2020 e 2021 o projeto ‘Expandindo a cooperação internacional e a capacitação em matéria de recursos hídricos’ (Projeto CICRH). O projeto CICRH aborda a importância da capacitação, cooperação internacional e educação hídrica para uma sensibilização e estímulo para uma visível melhora nas práticas do setor. Coordenado pelo professor titular Wagner Costa Ribeiro, o projeto CICRH mantém as temáticas das pesquisas originais do Grupo, se entrelaçando aos ODS-4 Educação de Qualidade, ODS-6 Água Potável e Saneamento, ODS-13 Ação Contra a Mudança Global do Clima e ao ODS-17 Parcerias e Meios de Implementação.
Fez parte do projeto CICRH estudantes da graduação, pesquisadores de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado, os quais atuam em quatro frentes de trabalho, sendo elas: “Capacitação em Recursos Hídricos”, “Cooperação Hídrica Internacional”, “Educação Hídrica” e “Mudanças Climáticas e Recursos Hídricos”.
Em uma das frentes, estudada Mayara Pecora (graduação), Tábata Zanirato Ribeiro (graduação) e Flávia Darre Barbosa (pós-doutorado), coordenado por Isabela Battistello Espíndola (doutorado), destaca-se a importância da capacitação para o estabelecimento e fortalecimento de processos de cooperação internacional em matéria de recursos hídricos. Na segunda frente, os pesquisadores Ágata Graziele dos Santos Brito (doutorado), Estevão Mota Gomes Ribas Bosco (pós-doutorado), Luis Paulo Batista da Silva (pesquisador-externo UFBA), Carolina Michele Tomaz Ferreira (graduação) e Henrique Castro Barbosa (graduação) e a coordenadora Maria Luísa Leite (doutorado) abordam a “Cooperação Hídrica Internacional”. A terceira frente, pesquisada pelas estudantes de graduação Liliane Matos Camargo e Milena Mello, é coordenada pela doutoranda Fabiana Pegoraro Soares e busca uma abordagem sobre a importância de existir uma “Educação Hídrica”. A quarta e última frente foca nas conexões entre mudanças climáticas e recursos hídricos, e é desenvolvida por Isis Dias Matos (doutorado) e coordenada por Júlio Barboza Chiquetto (pós-doutorado).
Por fim, cabe destacar que vários integrantes do grupo foram reconhecidos com distinções em eventos internacionais, por associações científicas nacionais e internacionais, pela CAPES e pela FAPESP, como melhores teses, dissertações e trabalhos apresentados. Destacam-se, nesse sentido, os reconhecimentos:
(2020)
-Isabela Battistello Espindola – Water Youth Network, menção honrosa, terceiro melhor projeto YouKnoW Tools HACKATHON;
-Júlio Chiqueto - Indicação ao prêmio "Frotas e Fretes Verdes" do Instituto BESC de Economia e Sociedade, na categoria 'pesquisador individual';
(2019)
-Zenaida Luisa Lauda Rodriguez - Waterlat e ANPPAS, melhor Tese de Doutorado;
(2018)
- Isabela Battistello Espindola – Tsukuba Global Science Week, Young Scientist Award;
(2013)
-Pilar Carolina Villar - Capes, menção honrosa, melhor Tese de Doutorado;
-Pilar Carolina Villar - PROCAM (USP), melhor Tese de Doutorado,
(2011)
-Carolina Gamba - IV Conferência Regional sobre mudanças globais, IEA-USP, Academia Brasileira de Ciências e Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, melhor trabalho;
(2010)
-Zulimar Márita - FAPEMA, melhor Tese de Doutorado;
-Pilar Carolina Villar - PROCAM (USP), melhor Dissertação de Mestrado;
(2009)
-Wagner Costa Ribeiro - CREA-SP, relevantes serviços prestados na área ambiental;
(2008)
-Lucy Lerner - ANPPAS, menção honrosa, melhor Dissertação
(2006)
-Simone Scifoni - Capes, melhor Tese em Geografia