Em abril de 2020, Brasília comemora 60 anos de sua inauguração, desta forma o Laboratório de Geografia Política da Universidade de São Paulo resolveu, através dos seus membros, relembrar esta data, através de debates com especialistas de diversas áreas do conhecimento, sobre temas relacionados a este acontecimento importante, marco de transformações profundas, proporcionadas pelo Estado nacional-desenvolvimentista, em que havia uma intensificação do processo de industrialização, associada a um elevado crescimento econômico. Originalmente marcada para a semana, entre os dias 13 e 17 de abril, o evento teve que ser adiado, devido a pandemia do Coronavírus, sendo a princípio, remarcado para o mês de junho.
Juscelino Kubitscheck, presidente do Brasil entre 1956 e 1961, foi o mentor da construção da nova capital, projetada pelos arquitetos Oscar Niemayer e Lúcio Costa. O lema do governo JK, “50 anos em 5”, foi concretizado por meio do Plano de Metas, que previa grandes investimentos em setores estratégicos para a industrialização, que ganhava impulso naquele momento, como a infraestrutura, com a construção de rodovias, em consonância com a nascente indústria automobilística.
Neste contexto, a construção de uma nova capital ganhava sentido, pois sua interiorização, que não constituía uma ideia nova, representou aspecto importante para ocupação e integração das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, ao restante do território, e preocupação constante de sucessivos governos, durante o período em que vigorou o Estado nacional-desenvolvimentista, mais precisamente entre 1930 e 1980. Outro empreendimento de impacto inaugurado durante a presidência de Juscelino, a rodovia Belém-Brasília, representou um marco para a ocupação das regiões citadas anteriormente.
Por fim cabe citar o excerto do livro do próprio Juscelino, “Porque construí Brasília”, em que ele nos diz o seguinte, “o grande desafio da nossa História estava ali: seria forçar-se o deslocamento do eixo do desenvolvimento nacional. Ao invés do litoral – que já havia alcançado certo nível de progresso –, povoar-se o Planalto Central. O núcleo populacional, criado naquela longínqua região, espraiar-se-ia como uma mancha de óleo, fazendo com que todo o interior abrisse os olhos para o futuro grandioso do País. Assim, o brasileiro poderia tomar posse do seu imenso território. E a mudança da Capital seria o veículo. O instrumento. O fator que iria desencadear novo ciclo bandeirante”[1]. Assim, faremos este evento, relembrando um acontecimento tão emblemático de um período rico da História brasileira.
[1] Trecho do livro “Porque Construí Brasília”. Disponível em: https://portaldisparada.com.br/politica-e-poder/juscelino-kubitschek-po…
Prezados, a comissão organizadora do evento, 60 anos de Brasília "a Capital da Esperança", vêm comunicar a suspensão das atividades previstas para os dias 13-17 de abril de 2020, com previsão de ocorrer no ano de 2021.
Tal suspensão se faz necessário até que as atividades universitárias voltem à normalidade.
Pedimos desculpas pela suspensão e mudança da data do evento. Em breve vamos comunicar sobre a nova data do evento, e o seu formato.
Comissão Organizadora - GeoPo
16 de março de 2020